sexta-feira, 5 de março de 2010

Corrupção: Portugal, China,...

Excerto de artigo de opinião, que pode dar muito que falar, de Luis Filipe Menezes, no DN. Intitula-se Os Intocáveis:

o gabinete de advogados do seráfico dr. António Vitorino está entre a meia dúzia dos que intermedeiam mais de 90% dos grandes negócios de Estado e monopolizam as generosas assessorias da esmagadora maioria das grandes empresas privadas, bem como das públicas mais relevantes, com as apetitosas golden share à cabeça. Não há nenhum negócio público e parapúblico que não passe por eles. Chame-se Freeport, "Face Oculta", Moderna, aquisição de submarinos e aviões, abate de sobreiros, venda e compra de petróleo ou gás natural, de energias renováveis, etc., etc., etc..

Estruturalmente bem concebidos, pontificam nestes gabinetes ex-membros do Governo de vários partidos, colaboradores e ex-colaboradores presidenciais, cônjuges de banqueiros e quejandos. Um tentacular polvo, puro e cândido? Claro. Tudo escrupulosamente sério e legal. Que culpa têm esses gabinetes que um dos seus principais membros esteja, à vez, ou na oposição ou no Governo? Onde está a ilegitimidade, se um dos seus advogados é marido, mulher ou concubina(o) do banqueiro que tem a faca e o queijo na mão numa grande transacção internacional? Que maldade está subjacente, se um dos seus membros fizer um part-time em S. Bento ou Belém?

entretanto, mais a oriente, Pequim reforça combate à corrupção e desigualdade (também no DN)
Uma administração pública "imperfeita" e o "excesso de intervenção do Governo", além dos recorrentes fenómenos de corrupção envolvendo quadros e dirigentes do partido e das crescentes desigualdades sociais, ocuparam boa parte das duas horas do discurso do primeiro-ministro Wen Jiabao ontem em Pequim na Assembleia Nacional Popular (ANP).

Na sua intervenção durante a sessão anual do Parlamento chinês, Wen assegurou que as autoridades vão intensificar o combate à corrupção e criar instrumentos para a população avaliar a actuação do Governo e expressar as suas críticas.

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