quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

INOVAÇÃO - Portugal foi o País que mais cresceu em Inovação

Portugal foi o País que mais cresceu em inovação.
Agência de Inovação, IAPMEI, AICEP, MIT Portugal e Secretaria de Estado da Energia e Inovação. Estas entidades não se cansam de promover e apoiar a inovação em Portugal.


Mobilizar e dinamizar agentes públicos e privados a bem da agenda de crescimento e competitividade do País. É assim que Carlos Zorrinho sintetiza a missão da recém-criada Secretaria de Estado da Energia e Inovação. O agora secretário de Estado continua empenhado na promoção da inovação. O Plano Tecnológico - onde era presidente - continuará a fazer "parte crucial da agenda nacional", admite, para a competitividade e crescimento.

A criação desta secretaria de Estado vem juntar-se a outras entidades que todos os dias têm a inovação na "agenda".

Agência de Inovação, IAPMEI, AICEP, Fundação para a Ciência e Tecnologia (MIT-Portugal) COTEC são as mais mediáticas. Em comum todas trabalham numa relação próxima com universidades e empresas e articulam-se entre si, já que a função de cada uma se complementa. É, por isso, um grande trabalho comum. Numa economia marcada por uma grande percentagem de PME, a realidade empresarial combina os sectores mais tradicionais com os sectores mais arrojados e avançados. E a "economia dual" - como lhe chamou, no passado, Lino Fernandes, presidente da Agência de Inovação. Hoje parece que já ninguém tem dúvidas de que inovar é a única formade ser diferente. E que não é possível concorrer no mercado global com base no custo mais baixo. A inovação anda sempre de "mãos dadas" com a internacionalização.

Os programas de apoio e financiamento são inúmeros. Mas até quando precisará a inovação de financiamento para continuar a existir? Lino Fernandes defendeu, numa entrevista ao "Diário Notícias", que "em todo o lado, a inovação tecnológica tem incentivos. Mesmo nos países mais desenvolvidos, porque há risco e quando se investe em inovação há resultados que são externos a empresas e se há externalidades é natural que a sociedade possa pagar alguns destes resultados".

Portugal melhorou bastante nos últimos anos em vários indicadores no sector da Inovação. A taxa de crescimento ao nível dos recursos humanos, nos últimos cinco anos, passou para 7,7%, tendo sido a maior da Europa, segundo um estudo da ES Research Sectorial. "Em 2007, Portugal posicionou-se em15° lugar no ranking da EU-27, em investimento em I&D em percentagem do PIB, ascendendo já, em 2008, a 1.51%", diz a mesma entidade. Também Carlos Zorrinho sublinhou, ao Diário Económico, a recuperação generalizada de Portugal em praticamente todos os indicadores, com base no European Innovation Scoreboard (EIS 2008). "Portugal não apenas obteve o quinto melhor progresso relativo global, como conseguiu ser, nas qualificações dos recursos humanos e nos recursos afectos à investigação e ao desenvolvimento, o País que mais progrediu".

Quanto ao Plano Tecnológico, Carlos Zorrinho confirmou que vai continuar. "Tudo o que está no terreno e tem obtido bons resultados prosseguirá. Haverá total abertura a novas ideias e projectos como houve ao longo dos últimos quatro anos, fazendo do Plano Tecnológico uma agenda flexível e focada nas soluções e nas respostas às necessidades da sociedade portuguesa em geral e da sua economia particular". Daqui para a frente, a sua ambição será acrescida. Terá de passar pela criação de emprego e pela internacionalização da nossa economia.

Para aumentar as exportações e estimular o crescimento da economia, Vieira da Silva, ministro da Economia, da Inovação e do Desenvolvimento, na conferência "Os Caminhos da Internacionalização" que decorreu no final do ano passado em Lisboa, apresentou algumas medidas. Foi criado o Programa Inov-Export, destinado a apoiar a inserção, numa primeira fase, de 500 jovens especialistas em comércio internacional em PME exportadoras ou potencialmente exportadoras. São também criadas 14 Lojas da Exportação dedicadas a fornecer apoio técnico às empresas exportadoras ou potencialmente exportadoras, bem como o Conselho Coordenador para a Internacionalização, que será liderado por Francisco Van Zeller.

As 14 Lojas da Exportação em Portugal serão enquadradas na rede de agências do Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI) em articulação com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

AÇORES: A INOVAÇÃO ATRAVÉS DAS RENOVÁVEIS

A Fundação para a Ciência e a Tecnologia é outra das entidades que contribui para a promoção, financiamento e acompanhamento das instituições de ciência e tecnologia, formação e qualificação dos recursos humanos.

Em representação do MIT-Portugal, esta fundação firmou uma parceria com o Governo Regional dos Açores e a Universidade dos Açores no âmbito do desenvolvimento do projecto Green Islands. Assim, 18 equipas desta instituição de ensino superior vão fazer investigação em áreas como a caracterização dos padrões de consumo de energia, a eficiência energética dos edifícios, a caracterização dos recursos renováveis para a produção de energia eléctrica e o desenho dos projectos-piloto.

A energia é um dos sectores estratégicos não só para a competitividade das empresas como para uma melhor qualidade de vida dos cidadãos. Os Açores querem assumir-se como uma das referências no domínio da eficiência energética e de utilização de energias renováveis. Em Outubro, a ilha das Flores sustentou-se durante 12 dias apenas a energias limpas (142 quilómetros quadrados e quatro mil habitantes). Esta foi a primeira experiência do género em Portugal e demonstra a possibilidade de uma autonomia energética.
2010-02-25 11:17
Ana Cunha Almeida, PME LÍDER 2010, Diário Económico

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